quarta-feira, 6 de julho de 2011

O GRUPO SÃO CAMILO LANÇA MAIS DOIS TESTES IMPORTANTES EM BIOLOGIA MOLECULAR

Detecção genética da intolerância à lactose & Predisposição genética à obesidade


a) Detecção genética da intolerância à lactose – Hipolactasia Primária

Indicação: crianças e adultos que apresentam sintomas clínicos semelhantes, quando apresentam intolerância à lactose, como náuseas, diarreia, dores abdominais, cólicas, flatulência excessiva e aumento do volume abdominal. Pacientes com suspeita de intolerância à lactose que não queiram ou não podem (diabéticos) ser submetidos ao teste de absorção da lactose.

Metodologia: reação em cadeia da polimerase (PCR) da análise dos polimorfismos dos fragmentos de restrição do DNA genômico (RFLP).

Amostras biológicas: swab bucal (raspado de mucosa bucal).

A detecção genética da Hipolactasia Primária surge como uma ferramenta importante para diagnosticar ou excluir a intolerância à lactose, como sendo de causa genética.
É um teste que permite a identificação correta da desordem sem que existam interferentes na análise (dietas, medicamentos ou co-morbidades). É um método não invasivo e permite o início de tratamento adequado em menos tempo.

Dados Importantes:

Na maioria dos mamíferos a atividade enzimática da lactase diminui na mucosa intestinal, após o desmame, com exceção dos felinos, definindo-se assim, a Hipolactasia Primária. Esta deficiência provoca os sintomas de intolerância ao dissacarídeo.
A intensidade dos sintomas principais, como flatulência, distensão, diarreia e cólicas, são diretamente proporcional à quantidade da ingestão da lactose e aumentam com a idade.
A Hipolactasia Primária é de origem genética, mas as pessoas que toleram bem a lactose sofreram uma mutação.
Os testes diagnósticos são: teste oral de tolerância à lactose com determinações séricas da glicose em tempos determinados ou do Hidrogênio expirado. No teste com coletas séricas, a lactose ingerida é quebrada em uma molécula de glicose e uma de galactose, se houver quantidade suficiente de lactase. A glicose absorvida é determinada no sangue. No teste expiratório, a lactose não absorvida e atacada pela flora intestinal, liberando Hidrogênio que é liberado na corrente sanguínea e após liberado no ar expirado dos pulmões. Esses dois testes dependem da ingestão de lactose, que pode causar náuseas, diarreias, quedas de pressão e crises de hipoglicemia reativas.
Como a Hipolactasia pode ser secundária a doenças que causam lesões na mucosa intestinal, diminuindo a produção de lactase, ou que produzam aumento do trânsito intestinal, como nas enterites infecciosas bacterianas, virais ou parasitárias (giardíase), doença celíaca (com ou sem sintomas específicos), doenças inflamatórias intestinais, como doença de Crohn, retro-colite ulcerativa, cólon irritável, enterites por medicamentos, por radiações, diverticulites e outros quadros de Malabsorção intestinal primários ou secundários, muitas vezes o diagnóstico pode ficar prejudicado pelo teste de absorção da lactose.
Pacientes diabéticos podem ser impedidos de realizar o teste oral da lactose, por ter valores de glicemia basal (jejum), elevados. Quanto mais elevados são os valores basais, menos discriminativos são os pontos da curva de absorção.
O gene LCT que codifica a lactase apresenta dois polimorfismos LCT-13910>T e LCT 22018G>A, sendo a primeira com associação completa à não persistência da enzima. Assim, pode-se definir 3 genótipos:

CC – com sintomas de intolerância
CT e TT- com tolerância à lactose.


O aparecimento dos alelos da intolerância pode ter ocorrido após o Homo sapiens ter utilizado o leite e derivados como alimento na idade adulta para sobreviver.


b) Genotipagem do polimorfismo C825T no gene GNB3 e a predisposição genética à Obesidade

A genotipatem do GNB3 é uma ferramenta útil na medicina preventiva, possibilitando a identificação precoce de indivíduos com risco de obesidade e risco de hipertensão arterial, e consequentemente, das inúmeras co-morbidades, como doenças cardiovasculares, lipemias e diabetes do tipo 2, com como na adequação individualizada dos respectivos tratamentos.

Método: Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) com análise dos Polimorfismos dos fragmentos de Restrição do DNA genômico (RFLP).

Indicação: Pessoas com história de obesidade na família, obesos com ou sem tratamento e mulheres primíparas no inicia da gravidez e crianças com risco de obesidade.

Amostras biológicas: Swab bucal (raspado de mucosa bucal).


Estudos independentes mostraram que o genótipo 825TT do gene GNB3 contribui para uma situação de alto risco de hipertensão e obesidade em brancos e afro-descendentes e para a presença do genótipo Thrifty (Genótipo de Poupança- mecanismos que permitem o armazenamento de energia na forma de gordura). A presença deste polimorfismo tem sido correlacionado ao aumento da massa corporal e retenção de peso na população em geral e, principalmente, em mulheres em seu primeiro parto. Genótipo TT geralmente apresenta significativo aumento do índice de massa corpórea em relação àquelas de carregam os genótipos CC ou CT. Além disso, esse polimorfismo pode ser identificado tanto em homens como em mulheres, e afeta a obesidade em ambos. Vários estudos também indicam o papel fármaco-genético do polimorfismo C825T, no que diz respeito à resposta farmacológica à sibutramina, um moderador de apetite muito utilizado em dietas convencionais. Pessoas respondem de formas diferentes a tratamentos semelhantes, e essa resposta poder devido aos polimorfismos que cada um carrega, neste caso, as pesquisas evidenciaram que os portadores do alelo 825C,respondem melhor ao tratamento com a sibutramina do que pessoas que carregam o alelo 825T.
A importância do teste está ligado à importância que a medicina preventiva tem sido utilizada para melhorar a qualidade de vida das pessoas. A identificação prévia de uma alteração, pode ajudar o médico na conduta clínica e evitar um problema futuro. Mulheres sedentárias portadoras do alelo 825T (homozigotas TT), possuem um risco até 7 vezes maior de ganhar peso excessivo durante a primeira gravidez, do que as não portadoras. Da mesma forma, para obesos em tratamento, a pesquisa desses alelos podem alterar a prescrição de medicamentos para uma maior eficácia terapêutico e tratamento das co-morbidades.

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